terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

JOCIPE Garanhuns

Foto: Claudiane Sousa


Nunca escrevi sobre coisas esportivas, pouco entendo desse assunto. E o pouco que sei agora devo as “pequenas amazonas de Macaparana”.

Nos dias 11,12 e 13 de novembro, Garanhuns foi anfitriã do JOCIPE/2011 (Jogos Comunitários dos Interiores de Pernambuco). Recebendo atletas das cidades do interior de Pernambuco.  Sendo competições estruturadas em chaves para as cidades participantes em 3 modalidades: Basket, Futsal e Volei.

As jogadoras de Basket da cidade de Macaparana com recursos próprios conseguiram a classificação e a participação em que deu voz a esse município que poucos conheciam na cidade turística de Garanhuns.

Acompanhadas apenas pelo técnico Rosielson Santana e por mim, Claudiane Sousa, aspirante a foto jornalista, a única torcedora e a única pessoa que poderia relatar o que viu com os olhos de uma pessoa de fora. Com poucas integrantes, apenas uma jogadora de reserva para ser mais precisa,  e no meio de verdadeiras gigantes com times bem estruturados, patrocinados e bem apoiados pelos respectivos municípios, nossas pequenas conseguiram demonstrar a força da nossa equipe e do esporte.

As pequenas tiveram três partidas com as respectivas cidades, Olinda, Garanhuns e Petrolina. Com pouca experiência, jogadoras extremamente novas mostraram que podem competir com a força e a garra de gente grande, apesar de não trazerem nenhum título para a cidade, por motivos que se não ficaram óbvios até agora, sinto não saber tê-los retratado bem. A diferença de pontos era irrisória, tanto que disputando contra Garanhus, que era um time de jogadoras altas e fortes bem como contra o time de Petrolina que tinha um banco de reservas vasto, a diferença contra as duas equipes foi mínima, em relação a nossa, 4 pontos para ser mais exata, 4 pontos em um jogo de basket não é nada (duas cestas apenas),com o apoio devido elas com certeza teriam chance de disputar um dos primeiros lugares. As pequenas que foram com esperanças de ver um mundo diferente do que estão acostumadas, de demonstrar o amor pelo esporte, de integrar e participar do mundo esportivo, mostraram a gana e o motivo pelo qual o esporte constrói grandes atletas, trouxeram na bagagem experiência acima de tudo, o companheirismo, conquistaram amizades com atletas de outras cidades e aumentaram a força e a vontade de voltar no próximo ano e fazer melhor.

Força Pequenas Amazonas, voltem e arrasem MAIS AINDA!
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Com o olhar de alguém que não entende de esporte algum, mas que enxerga os seres humanos com um olhar diferente, pude observar que houve um momento em que a competição se dava por perdida apesar de tanto esforço e a tristeza de não poder fazer melhor abateu as pequenas. Não havia como não se solidarizar com a dor, ver alguém que está dando seu sangue, seu corpo, seu suor por algo que quase ninguém valoriza, que sua própria cidade não deu a atenção devida, é algo surreal, porque eu vi o quanto elas eram boas, eu vi a capacidade de cada uma, eu vi o nível e a qualidade de jogo de quem tinha apenas uma jogadora reserva e lutava contra um time de quase 15 jogadoras, de um time que mal se reúne para treinar, jogar com times que treinam todos os dias e vivem para isso. Óbvio que isso não é algo a citar em uma coluna de jornal, por isso não irá publicar na íntegra.

Força Pequenas Amazonas, vocês detonaram, não existe lágrimas para essa viagem, existe sorrisos, companheirismo, experiência e acima de tudo o talento e gana de vocês. Não desistam do que acreditam, façam porque para vocês é importante e porque gostam, isso muda um mundo. Isso é o que abala qualquer time de 15 atletas. Isso foi o que vocês fizeram. Parabéns a todas!

Agradeço a Deus a experiência e a lição de vida que me deram, quero vê-las mais vezes, jogando também, sempre estarei de pé na torcida aplaudindo e gritando de verdade (de preferência sem estar rouca).


“Sejamos realistas, exijamos o impossível” 


Claudiane Sousa

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